
II
II sangue dança minha
a minha dança
é uma faca na mão
uma faca na mão
de cabo preto afiada
para mortes usada
milhões de vezes
para mortes usada
de cortar cansada;
às vezes
às sete e meia da manhã
entre nevoeiros nossos
frios de gelo no mar;
outras vezes à noite
antes de adormecer
com odor a morte
a morte nos dedos
na cama ao teu lado
ao teu lado, amor
debaixo da roupa branca
e sem música, amor
– lembras-te?
dançava na pele tua
na pele tua
mais minha que tua
entre mortes nos dedos
e lâminas afiadas
nas beiras da boca
Share on facebook
Share on twitter
Share on linkedin
Share on pinterest
Share on pocket

Rui Sobral
Escritor que lê, escreve e medita. E repete todos os dias, não necessariamente na mesma ordem.
PARTILHAR