
FIAMA HASSE PAIS BRANDÃO
Poeta, dramatruga, ensaísta e tradutora, Fiama Hasse Pais Brandão ainda é um nome debilmente iluminado pelos holofotes da cultura portuguesa. A sua obra é vasta e referencialmente rica, harmoniosamente simbólica. Na prosa, destaca-se com Em cada pedra um voo imóvel; na poesia, faz parte da revista Poesia 61, onde publicou Morfismos: a primeira foi inclusive galardoada com um Prémio Adolfo Casais Monteiro; traduziu obras de Bertrold Brecth, Antonin Artaud ou Anton Tchekov e esteve presente em várias revistas literárias e antalogias poéticas; sempre intimamente ligada ao Teatro e às Artes. Faleceu neste dia, com 68 anos, em 2007.
os amigos que morrem
Os amigos que morrem são arbóreos,
plantados e memoráveis como freixos.
Um freixo, que vejo entre árvores
como a aura, o tronco novo
sulcado de rasgões, a raiz curta
comparável à memória viva enterrada.
Têm uma única forma até à morte, próximos do Sol,
que torna as outras árvores mais ténues que os isolados freixos.
DILÚVIO
PARTILHAR